Hélder Rodrigues quer "mochileiro" para lutar pela vitória
Apesar de dispor de uma Yamaha nova e mais competitiva, o vencedor da Taça do Mundo de todo-o-terreno considerou essencial a ajuda de um "mochileiro", preferencialmente português, para "segurar o título conquistado no ano passado" e "melhorar o terceiro lugar" obtido nos últimos dois anos na competição sul-americana.
"Pensei bastante nisso nestes últimos dois meses e cheguei a essa conclusão, apesar de ser difícil ter mais um piloto na equipa, com mais mecânicos e mais uma pessoa para ajudar esse piloto. Não vai ser fácil, mas para conseguir o meu objetivo tenho de ter essas condições mínimas, caso contrário será impossível", admitiu o "motard" durante uma conferência de imprensa realizada no Estádio Nacional, em Oeiras.
Para Hélder Rodrigues, "o grande objetivo é o Dakar", mas para lutar com armas iguais com o francês Cyril Despres e o espanhol Marc Coma, vencedores entre si das últimas oito edições, "é essencial ter uma estrutura maior já a partir do próximo mês", reclamando metade do orçamento de que os dois principais adversários dispõem apenas para a prova.
"Seria metade e ainda chegava para fazer todo o ano e o Dakar. Essa pessoa tem de me ajudar todos os dias no Dakar. Antes da corrida, nos treinos no deserto em Marrocos, e na corrida, durante o dia-a-dia. Desde acordar, às três ou às quatro da manhã, até ao deitar, às 22:00", observou.
Entre os requisitos de alguns dos nomes já pensados pelo campeão mundial de todo-o-terreno, que participaria também em uma prova da Taça do Mundo, não está uma vasta experiência no Dakar: "Gostava que essa pessoa começasse comigo, que eu ensinasse, quase como numa escola. Não tive ninguém que me ensinasse, mas quero ensinar alguém", assinalou.
Hélder Rodrigues pretende começar bem na Taça do Mundo de 2013, em Abu Dhabi, sem que isso signifique necessariamente ganhar, mas sim andar com regularidade na frente da corrida, no sentido de obter "um bom resultado com vista a fazer todo o resto da época bem", até porque "os adversários do Dakar vão estar todos lá".
Para isso, o "motard" português conta com uma moto "completamente nova, muito mais competitiva" e com "grande potencial". "É mais potente, permite curvar de forma mais fácil, tem mais estabilidade, enfim, tem tudo para ser melhor. São pormenores que fazem grande diferença", explicou.
Hélder Rodrigues prefere o figurino do Dakar de 2013, com o regresso de "um deserto a sério, tal como em África", atribuindo a incapacidade de fazer sombra a Després e Coma na edição deste ano à exiguidade da estrutura da equipa, algo que pretende melhorar na próxima edição.
"No ano passado, o que eu acho que falhou foi a parte física, por culpa de uma estrutura muito pequena. Quando chegaram os meses do Dakar, não podia treinar porque não tinha tempo, tinha de estar a fazer coisas que não eram para mim. É isso que eu quero que mude para não ter de chegar ao Dakar depois de ter estado um mês ou dois sem treinar como quero", concluiu.
Na conferência de imprensa estiveram presentes o adjunto do secretário do Desporto e Juventude, Nuno Texier, o vice-presidente do Instituto do Desporto de Portugal, João Paulo Bessa, e o presidente da Federação de Motociclismo de Portugal, Jorge Viegas.